Fases do Hinduísmo
O Hinduísmo teve três fases distintas:
Na primeira fase do Hinduísmo, que recebe o nome de Hinduísmo
Védico, temos o culto aos deuses tribais. Dyaus, ou Dyaus-Pitar ("Deus do
Céu", em sânscrito), era o deus supremo, consorte da Mãe Terra. Doador
da chuva e da fertilidade, ele gerou todos os outros deuses. O Sol (Surya),
a Lua (Chandra) e a Aurora (Heos) eram os deuses da luz. Divindades
menores e locais são as árvores, as pedras, os rios e o fogo. A partir da
influência ariana, o simbolismo de Dyeus passou por uma transformação e
tornou-se Indra, jovem divindade que rege a guerra, a fertilidade e o
firmamento. Indra representa os aspectos benevolentes da tempestade, em
contraposição a Rudra, provável precursor do deus Shiva, o destruidor.
Também nesse período surgiram diversas outras divindades, inclusive
Asura, representante das forças maléficas.
Na segunda fase do Hinduísmo, que recebe os nomes de Vedanta (fim
dos Vedas) ou Hinduísmo Bramânico, ocorre a ascensão de Brahma, a
divindade que simboliza a alma universal. Brahma é um dos deuses que
compõem o Trimurti (Trindade) do Hinduísmo. Ele representa a força
criadora. Os dois outros deuses são Vishnu, o preservador, e Shiva, o
destruidor. Neste momento, surge a figura dos brâmanes, que compõem a
casta sacerdotal da tradição hindu. Os rituais ganham uma série de
componentes mágicos e elaboram-se idéias mais complexas acerca do
Universo e da alma, inclusive conceitos como o de reencarnação e o de
transmigração de almas.
Mais História - A terceira fase
No século 12, a Índia é invadida pelos muçulmanos, e grande parte de sua
população é forçada à conversão. Aliás, o termo hindu designava qualquer
pessoa nascida na Índia, mas a partir do século 13 este termo ganhou uma
conotação religiosa, tornando-se sinônimo de "nativo não-convertido ao
Islamismo".
A influência muçulmana se faz sentir dentro da ritualística hindu, pois uma
das características marcantes do Hinduísmo é sua capacidade de absorver
novos elementos e agregá-los ao seu sistema de crenças. Isso também
ocorre quando, no século 18, o Cristianismo se insere no universo indiano,
pela influência predominante dos colonizadores franceses.
Este Hinduísmo híbrido também se divide em várias correntes, cujos
expoentes são gurus como Sri Ramakrishna (1834-86), Vivekananda
(1863-1902) e Sri Aurobindo (1872-1950). O que essas correntes têm em
comum é a preocupação em estender o trabalho espiritual ao âmbito social,
por meio de trabalhos filantrópicos e assistenciais.
Por força dessa nova fase, a própria organização social da Índia - em
sistema de castas -, começa a perder o sentido, pois existe um clamor ético
por igualdade e solidariedade. O maior mestre do Hinduísmo moderno é
Mahatma Gandhi (1869-1948), conhecido no Ocidente como chefe
político, mas venerado na Índia como guru espiritual. Gandhi, adepto da
Ahimsa (o princípio da não-violência), apregoava a importância do homem
exercer perfeito controle sobre si mesmo.
Hoje, o Hinduísmo é a crença predominante na Índia. Mais do que uma
religião, ele se caracteriza como uma tradição cultural, que engloba modo
de viver, ordem social, princípios éticos e filosóficos.
(material extraído do site http://www.guruweb.com.br)